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"O site onde o 'conteúdo' é 'pensar' a sociedade".

Denis Santos: policial e escritor Guarapuavano.

   Denis Santos é formado em História, pela Faculdade FIES de Curitiba. Já escreveu 22 livros (novelas/policiais). Policial desde 2001 e, é pai de Ana Júlia e Maria Fernanda. 

 

Um Blog para todos que acreditam que "palavras" podem mudar uma condição que estava alienada ao "superficial". 


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E

CRESCER

Segue o "Primeiro Capítulo" do livro mais recente de Denis Santos: "A aparição da rua Guaíra".



Quarta-feira

1


Um gafanhoto pousou num poste de jardim - instalado em um dos sobrados da rua Guaíra (número: noventa mil e vinte).
   No mesmo sobrado, num dos quartos - o da direita, segundo andar - única claridade que chegava à janela, pelo lado interno, foi desligada.
   Não precisou o sopro forte do vento, para empurrar muitas das folhas secas caídas de um pé de cedro, do jardim, para a calçada (pois, a fúria da chuva, trabalhava sem preguiça). Sobre o beiral de pinheiro, assoviava alto o barulho da raspagem preocupante da transformação climática. Um gato preto, com medo, saltou do corrimão da proteção da sacada, para um muro estreito (muro, de dois metros. Esse, separava fisicamente essa habitação, da do vizinho). Pela réstia do farol de um Corolla, cor branco, ligeiro no asfalto, percebeu-se que a arquitetura era pintada de cor verde claro.
   Se não fosse quase nove horas, transeuntes: vindos dos empregos, saindo das escolas e universidades, o fluxo deles, estivessem aos passos rápidos, pelas calçadas.
   Verão. Mas naquela hora, um tanto que o sereno do começo da noite, deixava muitos dos portões, telhados e as folhas das vegetações por quase todos os cantos do município, um tanto que úmidos. E, com o trinco da porta de entrada daquele casarão, pintado cor de ouro, com ele, não foi diferente...

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2022. Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, (Novembro), Dezembro.


A foto


Eu tinha a prova: quando
apanhei aquela foto - era meu
pai (ele estava em minha
frente e, ele, não tinha
mais aquela expressão, forte).

Eu tinha a prova: nada do
meu pai da foto,
tinha a ver com aquele que
estava ao meu lado. Esse,
do meu lado,
fraco,
sem mais contar piadas e,
de tanto esperar na poltrona da sala,
era lhe oferecido um café. Mas
houve um dia,
quando ele era aquele da foto,
a coisa era diferente. Além
de sair bem cedo e voltar
tarde do dia,
ainda,
se desse um soco,
doía.


Hoje, eu tinha a prova: quando
apanhei aquele foto, do
meu pai, que naquela hora,
do meu lado, eu já não via.


Passou o tempo?
Para muitas mulheres,
que ele se exibia,
hoje, chegou a velhice?

Mas saibam que,
eu tenho a prova.
Foi quando apanhei de um daqueles baús,
de um dos cômodos da casa do meu pai,
uma foto minha. E,
isso,
também era uma prova. Pois,
mesmo bem vivido,
aquele dessa foto,
naquele dia,
já não existia.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 

"Educar e humanizar".

O secreto


Eu sabia,
atrás do portão,
quando esse alguém andava,
até aquele cômodo claro,
depois que a água para o café, chiava...


Eu sabia,
era quando quase ninguém estava,
quanto ao silêncio das superfícies dos móveis,
aquilo...


Eu sabia,
"tinha coisinhas" ali,
até de quem não fazia parte,
sem sorte, aparecia seu nome...


Eu sabia que, sempre houve muita coisa,
por isso, eu não fazia nada, só imaginava.

 Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 

O beco


O beco,
dessa rua erma,
é perigoso
(pode aparecer dele,
vindo lá de baixo,
um indivíduo com um revólver,
uma faca,
canivete...).


O beco,
dessa rua erma,
é perigoso
(não tem iluminação,
o asfalto dele,
é todo defeituoso e,
quando aparece uma tormenta,
por falta de reparos laterais,
além dos bens materiais,
o transeunte,
ainda pode até perder a vida junto,
por qualquer descuido).


O beco,
dessa rua erma,
é perigoso:
"há preocupação?".
Calculo, menos,
do que do lugar possa ocorrer,
"mais", do que dele se pode escrever.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 

O lampião

Nas noites enfeitiçadas,
eu abria o portão e,
corria para minha amada
(eu não poderia perder a viagem.
Ela tinha que saber sempre,
que eu amava-a).


Noites enfeitiçadas.
Eu não poderia perder a viajem.
Eu tinha sempre novas histórias
(fosse ou não fosse, noites estreladas.
Isso, para minha amada).


Atravessava a estrada.
Pulava a porteira.
Caminhava no banhado
(a luz do lampião, às mãos).
Longe, as pontas dos arames
"farpados" me
cercavam. Ainda. Eu sentia
o cheiro dos excrementos dos
cavalos que, minhas
solas, massacravam. Receado. Eu
"ainda" poderia estar na mira
da espingarda do fazendeiro
Adão que, avizinhado, poderia
estar acordado...


Mas eu tinha paciência.
Eu tinha que declarar-me para
minha amada (fosse ou não fosse,
noites animadas).


Isso. A bem da verdade. Nem
que fosse para mais uma noite,
de volta, encontrar a janela: fechada.


Autor: Denis Santos (Guarapuava -PR).




O estranho


Se ele apareceu,
em carne e osso,
para contar a história,
da importância da "leitura",
deveríamos imaginar que,
essa história,
real ou inventada,
tem significado.


Senão,
acredito,
ele não teria vindo,
em carne e osso,
explicar que,
essa história de "leitura",
de certo modo,
um gesto físico,
"irritante",
para o futuro,
é importante.


Confesso,
no momento,
fiquei confuso,
tanto eu,
quanto os meus colegas de classe.
Aquele, incentivando a gente ler, ler, ler...
Sendo que "ele"
nem era nosso professor,
pai ou, outro conhecido querido.


Depois,
só,
terminado o encontro no auditório,
compreendi que,
infelizmente,
nos dias de hoje,
tanta gente no computador,
disputando o tempo do professor,
pai e, outro conhecido querido,
aquele estranho,
fez muito o certo,
na minha escola,
se apresentar,
com muito amor,
como escritor.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 



A sintonia


Posso pensar no amanhã,
onde, o caminho, vai ser por entre aquele arvoredo,
e, já, aqui,
vou entrando por entre as sombras das folhas,
onde, tudo,
que estava estufado no barril,
"barril" que comparo com os gestos dos ignorantes,
onde, percebo,
está cheio de coisas podres do mundo,
em conseqüência,
é o peso, de todos os desencontros da vida,
tudo, comparados à entulhos,
e, esses entulhos,
vão levantando uma muralha,
no dia a dia, e, essa muralha,
sei,
vai separando o amor do amor,
e,
juntando o ruim ao ruim,
e, volto ao peso do mundo,
que, nada mais é,
do que um coração, ora, feliz, ora, triste,
de tantas coisas podres pelas gôndolas,
e, nessas milimétricas caminhadas,
num espaço curto de tempo,
sinto que, o peso do coração,
de tantas desigualdades no mundo,
de quem sempre pode mais,
por ter mais dinheiro,
nesses passos lentos,
tudo, sinto,
no se mover e se entreter,
tudo, vai ficando mais leve,
ora, conforme vamos à luta,
vamos nós modificando,
e, bom ou ruim,
esse é o tempo que escolhemos,
onde, para enganar essa vida reta,
todos somos poetas.


Autor: Denis Santos (Guarapuava -PR). 


O calculado


Esse é o livro que deixa o inteligente,
ainda mais inteligente.
Como assim?


Pense.


Nenhuma preguiça,
nunca vai sair por aí comentando,
bem ou mal de um conteúdo,
porque não o conhece.


Pense.


Nenhum livro é burro,
para cair na pegadinha da preguiça,
que com preguiça,
o livro terá outro leitor.


É por isso,
que o livro é esperto,
para não deixar o inteligente,
se transformar num mero eleitor,
num modesto criador de filhos,
ou,
num simplório telespectador da vida.


Entendeu?


Ou você acha que o livro não é inteligente,
para enganar a preguiça?


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).   


"Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus". Romanos 8:1

Perseguição


"Iniciado" o pensamento
de que posso sempre
escrever sobre o HIV
(por qualquer região
desse planeta);
dissertar sobre meninos
que conheceram os entorpecentes,
cedo demais na vida
(principalmente,
pelas madrugadas,
por essas avenidas);
criar uma breve narrativa
sobre aquele padeiro que,
covardemente,
foi morto
com um tiro na nuca,
trabalhando,
modestamente,
sempre,
ajudando os outros,
a trabalhar melhor...
Concluo a ideia que,
a maior preocupação
dessas minhas palavras
é sempre aquele momento
onde, tenho absoluta certeza,
o poema,
mesmo sendo por demais
de audacioso,
ele
nunca fica de tudo: "pronto".


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).

O afastamento


Eu tinha comigo que (me precipitando),
aquele ato (verdade, ou, mentira),
era uma fuga.

Eu tinha comigo que, talvez,
aquela voz ecoando:
nas brigas e confusões,
quanto,
nos beijos e abraços (apertados),
era um afastamento.
Eu tinha comigo que,
aquilo (com afinco),
elaborado: não evitando de apanhar um ar,
conferir o sol e,
caminhar (por direito: "criticar" ),
era para manter o "tempo" (apressado),
não tão zangado.
Eu tinha comigo...
Eu tinha comigo (certeza),
a sua solidão,
nas madrugadas: cigarras (ventanias) e,
corujas em ecos baixos...
depois de um bom tempo,
nas palavras encontradas,
eu,
a poucos metros do seu corpo,
receberia o seu autógrafo,
desse seu último livro (esperado),
terminado.

Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 


Solidão

Facilmente, converso com a pessoa errada sobre:
filmes,
atores/atrizes,
músicas,
letras...


Facilmente, converso com a pessoa errada sobre:
meu passado,
meu futuro,
o que gosto,
para onde vou...


Facilmente, converso com a pessoa errada sobre:
fé,
censuras,
catástrofes,
o mundo imundo...


No final, vem à lembrança, a conclusão:
somente o "orgulho" e a "solidão",
revezados,
foram minhas companhias,
nos finais, dos dias.
E, somente enxergando o sol que, chega, desce, some... 

é que vou aprendendo, 

no mundo, ser menos, esnobe.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 

O e-mail


Não é pela dó de enxergar ele vivendo debaixo da chuva, quando aparece, que me sinto inútil.
Não é pela preocupação dessas madrugadas, que ele passa sozinho, na escuridão, que me sinto infiel (sempre quando posso, cuido).
Certo. Quanta vontade ainda de caminhar para o seu lado.
Foi com a expectativa que algo surpreendente pudesse chegar (na vida), que havia esperança, nessa parceria.
Faz um tempo que venho percebendo que, mesmo ele próximo ao portão, do seu interior, não haverá mais respostas e nem perguntas.
Na verdade, quem se importa? Poderia até ser um boleto de três dígitos, um informe da funerária, um exame do hospital... Mas... "nada".
Hoje, não é pela dó de enxergar ele vivendo debaixo da chuva, ao bel prazer das madrugadas e, embutido na escuridão das noites, sim, ou não estreladas, que me sinto soberbo (passando sempre ao seu lado e, não dando a mínima para o seu jeito).
Sim. É mais mesmo por esses devaneios que, sei, muitos como eu, provavelmente, nunca terão mais o "sim" da editora, pela caixinha do correio.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).

O calado


O chão, pode não ter cheiro, mais tem cor.
A falta de oxigênio, faz falta, mas agora...
A madeira: a menos de uns poucos centímetros do corpo, mesmo nova, não dão mais passagem.
Às pernas - uma ao lado da outra - não levantam, assim, como os braços, entrecruzados.
Velas, por qualquer canto, eu sei que existe (tem mente ao redor, que não desmente, vai comentar, em algum lugar, esse corpo, foi ausente).
Deixou muita coisa, como sempre é deixado por qualquer um (dentro da caixa, todos sabem, se trouxesse tudo, iria atrapalhar).
Sinto que tenho saudade, do sermão na televisão, do padre Odir, porque esse no esquife,
nunca mais vai poder ouvir.
Convenhamos, talvez tenha permanecido tempo demais, tentando compreender: o certo e o errado; o leal e o injusto.
Morreu, digamos, em conflito, sempre tentando: investigar, achar, encontrar...
Penso que, talvez, tenha deixado um legado, um alerta: os que estão confusos, hoje, no mundo, esquecendo a vida, no momento, agora, não perderem tanto tempo, frustrados, em de repente, cedo demais, irem para o mesmo lugar.


Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).

"Literatura no enfrentamento de uma sociedade impensada, onde, às injustiças, não cresçam com tanto poder de espaço".


O encontro

Alguns quilômetros da casa, depois de uns dez minutos, sentiu o fisgar do anzol e, na puxada com precisão, a carpa (pouco mais de um quilo), viva, caiu próximo ao seu pé.

Se não fosse pensar na pescaria, poderia ainda estar preocupado, sem graça, na poltrona da sala: o empréstimo que duraria mais de seis meses; o filho que não obedecia, não estudava e, aparecia, sempre, lá pelas madrugadas; a ligação do hospital que não chegava, da cirurgia da esposa que, depois de muito tentar, o melhor era esperar...

Assim, com cuidado, apanhou o animal que ainda se exprimia na margem do barranco e o fez voltar para o rio.

Não. Por querer bancar o "ativista ambiental" para com o  aquático, naquele dia, nublado. 

Sim. Por alguns minutos, o pescador: em meios à arvoredos, silêncio e, aquela região cheia de borrachudos, ele, esquecer, com intensidade, dos desafios, da cidade.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 

Letras


Quem vai se dar bem na literatura é, sempre, quem tem bagagem? 

Quem "não" tem uma boas histórias, ou, excelentes informações, vai ser, sempre, um escritor: "medíocre"? 

Escritor medíocre no sentido de "sempre" ficar em dúvidas. Quanto, ao que pesquisou, assim, quanto, ao que inventou, no pintar das letras: se ficou bom; se vai vender; se vai ser aceito... Interrogações, às vezes que, ninguém sabe responder: "corretamente". 

Então. Acredite. Qual o melhor remédio para esse questionamento? 

A melhor saída "existente" é "parar" de "escrever"? 

Se "não" tem algo "útil" para o público: "parar" de escrever? Tirar de dentro de si, essa responsabilidade. Onde, todos os dias: no caminhar, pelas refeições e, antes de dormir, para alguns, martelado: "fracasso"? 

É isso? 

Pois bem. Entenda. No aparato geral de "parar" de escrever, existe um envolto "maior" e "ainda" mais triste do que se possa imaginar. E, sem dúvidas, uma das "maiores verdades" da vida. Às vezes, sem dinheiro, sem sucesso, sem tantos 

leitores por aí. Veja, como terminei aquilo que acabei de "pensar".

Inutilidade ou prazer dessa mania de escrever. Certo ou errado, honesto ou infiel... O que é isso? Sei te responder que, sempre, temos que voltar, a inventar. 

Saiba. Numa nova frase criada, seja ela em qualquer idade, o mais importante, é o gosto da liberdade.

 
Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 


Ontem

Minha prosa não tem peso.
E, nem preciso escolher as palavras mais úteis, no que escrevo, porque 

é na cadência do pensamento (que flui) que sinto prazer.


Essa coisa inexplicável que é o infeliz,
procuro nele, os acessórios dos meus versos. Mas creio que isso não seja a bagagem completa.


Sou livre no que crio: perto de um rio, na cidade, ou, antes de dormir.


Caminho, nessa coisa estranha que é entender o mundo.


De onde tirar riso, bondade e respeito?
Hoje em dia, infelizmente, só pode ser nesses corpos, que vivem próximos da barbárie humana, na  ganância e no orgulho.

São próximo/longe desses, o qual vivemos embaixo do mesmo sol, são neles, sempre, que fecho minha mala.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).

"Te desejo, hoje, haja só coisas positivas em sua vida".


Certas ruas

Sempre fui de caminhar por "certas ruas". Um dia, passava por uma que havia um portão. Nesse portão, me ofereceram algo. Algo que, se eu aceitasse, eu não poderia contar para a minha família, o que era. Recusando o algo, continuei a caminhar, como sempre fazia, por "certas ruas".  

Sempre fui de caminhar por "certas ruas". Um dia, passava por uma que havia uma esquina. Nessa esquina, me ofereceram algo. Algo que, se eu aceitasse, eu não poderia contar para a minha família, o que era. Recusando o algo, continuei a caminhar, como sempre fazia, por "certas ruas".   

Um belo dia, nas minhas caminhadas, topei com um cadáver no meio da rua. Os repórteres comentaram que a causa da morte, era aquilo que haviam me oferecido naquele portão e naquela esquina.

Senti pena do defunto. Pena, porque sei que aquele que apresentou aquele algo para o morto, não caminha pelas mesmas ruas que eu, para um dia enxergar, o mal que cometeu.

Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 


O ausente 


Conversávamos ao silêncio. 

Ou, com o barulho de uma cigarra. 

Com o uivo do vento, forte, que não houvesse tanto frio, para ir dormir.

Houve dias, nessa rua, dessa chácara, passavam carroças. Com rodas gigantes, nas corridas, sempre, alguém sorrindo, iam embora, com demora. 

Meu vô tinha aquele rádio portátil, AM, que ficou em algum canto. Se dentro de casa, ou, no paiol, desapareceu, se extraviou, foi... Minha avó, Inês, iria se surpreender, hoje, é tudo mais no formato: MP3. 

Tinha um trem: um dos poucos transportes que existia. Aqui, perto, na estação. Sempre, com os rostos dos passageiros ansiosos, partiu. Diga de passagem, sumiu.

Nas redondezas, nesse lugar, havia famílias de dez, onze, doze... filhos. Hoje, algumas, se reduziram à três. Escolha, medo, imposição? O certo, é que estamos vivendo num mundo, em completa transformação.

Ficou para trás, os Contos dos tropeiros, quando eles apareciam: a sucuri, que saia do açude, nas madrugadas, atrás de crianças malvadas; o homem, que ninguém conhecia e, aparecia no quintal, pedindo sal; o ermitão, que morreu no rio, porque não teve o amor da professora que ele tanto sonhou, amou... 

Hoje. Sobrou espaço para a televisão: assassinatos e corrupções. Monstros e heróis de qualquer idade, lutando, destruindo uma cidade. 

Você nem queira saber, o que foi essa estrada, dessa região. 

Nesse alpendre, hoje, com cadeira de balanço, campainha de vento, e o vovô, infelizmente, ausente. 

Que lado do destino ele tomou? Não sei. 

Sei que, as suas histórias, e as dos tropeiros, inventadas, ou verdadeiras, se andam, que bom. 

No fundo, elas estarão sempre, com seus netos. Por quê? Provavelmente, esses alpendres, desses vovôs, de muito tempo atrás, não vão existir mais.

 
Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).


O susto


Naquela "hora" e naquele "dia" ela estava com mais de cem livros no carro (numa das regiões, daquela cidade). 

A intenção, era chegar com eles na biblioteca, poucos metros de uma estação rodoferroviária, desativada. 

Mas... Tomou um susto, quando, percebeu, a ponte, daquela estrada, estava quebrada.

Agora. Nesse momento, como levar os livros, para os leitores, esperados?

Mas... Será? O Governo ficou sabendo dessa "ponte quebrada"? E, se ela foi erguida, e esquecida? Sem os cuidados, no vai e vem dos carros, o futuro, não era estrago? 

E os moradores, da região? Será? Tomaram providência, sobre essa "ponte quebrada"? Onde, até seus filhos, corriam os riscos de, ficarem sem os livros? Para os jovens, no vai e vem dessa sociedade, nessas transformações, já não existia outras coisas no mundo, para tomar atenções? 

Naquele dia, a única saída que houve para a mulher, foi voltar para casa, com os livros (guardados). 

Esperar o conserto da "ponte quebrada", para que, logo, aqueles livros físicos, chegassem aos leitores, esperados. 

Triste e surpresa, ela voltou para capital. Imaginou, daqui um tempo, tivessem construído uma nova ponte: mais sólida; mais resistente; que, de repente, sua atividade, não pudesse ficar ausente. 

Assim. Para que seus livros, transportados com carinho, sempre, sem nenhum defeito de percurso, chegassem com amor, na mão do leitor. 


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).

"+Literal. + Cultural. +Ficção. Um Blog criado para todos".

O encontrado


O quanto ainda estamos no começo:
para um novo gesto de amor;
um novo salário;
um novo desafio
(se posso ir em frente, contente,
quem é que desmente?).


O quanto ainda estamos no começo:
para voltar logo à Deus;
fazer com que às crianças, cedo, não abandonem a escola;
massacrar todas às injustiças do planeta e;
ainda, não deixar a morte encontrar o outro,
de um jeito covarde, maldoso.


É impossível destruir o pular da manhã, tarde, noite.
É impossível mover o sol e a lua.
O que ocorreu ontem, foi, já não me pertence,
era uma estátua pregada, agora, sou puro movimento.


O quanto ainda estamos no começo:
não importa a estrela,
não importa a hora. Nada importa...
Importa, a esperança, dessas que ficam,
(permanecem, insistem),
sem ira, para um novo dia. 


 Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR). 



A fuga


Legítimo é essa fuga que sinto,
de todas as coisas que atrapalham a vida,
quando percebo que uma coruja,
pelos gravetos amontoados pelo quintal,
se acomodou num deles, e, em breve,
já vai encontrar um novo momento,
para: um novo salto, num novo lugar, um novo pousar...


Legítimo é essa fuga que sinto,
quando sei que muitos vão para praia,
lá, numa andança e outra,
tem aquela água morna aos pés,
aparece uns, com rostos tristes,
outros com rostos alegres, outros com rostos inconformados...
Já, nisso, enxergamos um outdoor,
aí, envolto em um dilema,
porque não um cinema?


Como é bom escrever.
Sinceramente.


É nessa fuga legítima que sinto,
desse tempo, desse ar, desse mundo... que tento criar,
trazer, focar... na vida,
uma foto minha,
não de papel,
sim, de alegria. 


Autor:  Denis Santos (Guarapuava - PR).

"Um Blog pensado que, sem você, leitura, é nada".



O ponto final


Colega,
não me lembro,
não era essa rua,
havia aquela repartição,
cheia de prateleiras,
corredores e que,
pelos moradores,
era por demais visitado,
onde,
quem entrava no lugar,
saia com qualificação para:
discernir,
interpretar,
questionar,
julgar... às coisas ruins do mundo?

Você não vai me responder,
que,
essa arquitetura,
não existe mais,
e,
agora,
a única distração turística do ônibus,
a rotina dele,
no vai e vem do dia,
é só,
no ponto final,
a "Praça XV de uma Nova Esperança"?

 

Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).

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Poema: A tarefa


Poema tem que ter: ritmo, momento,
espera... Nem que leve um, dois... Enfim,
anos. Na verdade: quem se importa, da
demora?
Quando declamado, não pode apagar: tem
que iluminar. Tem dera subir os degraus,
se preparar e: "Seja o que Deus quiser".
Aí. Isso. Já nem vai ser "assim" um
tormento. Vai ser admiração
(da vossa liberdade) "pasmem", coragem.
Se vai haver vaias, xingões, aplausos... Quem
dera alguém pudesse escrever sempre textos
simpáticos, com finais: fantásticos.
Me diga?
Como esquecer as crianças pelos semáforos,
pedindo esmolas? O salário, no final do mês,
de quem não reclama, mas o "valor" deixa o
trabalhador, com dor. E, o amor? De quem
achou que era amor... Mas... Já, voou?
No caso. Desse meu passo. É no erro: que
penso no poema.
Esse bendito que tem que ter: "ritmo". Não
pode apagar: tem que "iluminar". Não pode ter
"pressa": certa. Com bastante hora: "demora".
E, não digo que isso não seja
assim. É. Foi. E, sempre será.
Na verdade. Foi até bem assim que
cheguei "sem" ele, agora, para o
trabalho, da escola.


Autor: Denis Santos (Guarapua
va - PR).


O silêncio


No frio, nem é aconselhável escrever tanto.

Tudo, na minha vida, veio tarde: minha vocação, veio tarde; o que, e quem, eu queria ter em casa, apareceu tempo depois; entender, o quanto é bom amar a Deus, isso, aconteceu, na semana passada... 

Depois, quando imaginei que ia começar a fazer sucesso. "Blummm...". 

Meu cabelo mudou de cor (ficou o duelo entre "carcaça humana" e o " eu"). Onde, como tive opção (nessa idiotice), porque não seguir em frente, enganando a velhice? 

Penso que é assim. 

Às vezes, percebo, que deva ser assim, porque os que ainda não têm têmporas enrugadas, deixam a vida, útil, inútil. 

Como foi dito, no frio, nem é interessante escrever tanto. 

Pois. 

Próximo à labareda (noite, silêncio, trovoada), mesmo com o inconsciente quase que dormindo, se houver tinta, as palavras esquecidas, aquecidas, vão trabalhando, revelando. 


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).



Sedução


O caminho é por uma calçada estreita, de concreto, com a cidade quieta. 

Por acaso, já houve algum dia em que essa minha companheira, permaneceu irritante? 

Por algum canto, o poste de jardim, lembra, uma cena de uma noite esquecida. Legal ou ruim, enfim... 

Do lado direito: o brilho, o reflexo, o vai e vem, da superfície das ondas. 

Veja, ondas, algumas sujeiras, também podem levar embora, por essas horas que passam. 

Ali, quantos no bar, deglutam um hambúrguer: sorrisos, piadas, flertadas. Um gesto tolo, sem graça, mata? 

Por que a onda é assim? Não trás, não leva, prova. Prova, o quanto é importante ela testemunhar que estou aqui (agora, amanhã, até não sei lá, quando... ). 

No lugar existe uma lembrança antiga. Quem não passa passando, um dia, volta, voltando à desejar? 

Todos têm saudade do caminhar, espiar. Esquecer. Lembrar. 

Agora não é tarde. Não é não. 

Sempre tem algo por aí. Sempre tem algo por aí, antes do entrar para a pensão, para o ele/ela e o, coração.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).  

"Leitura e entretenimento, a qualquer momento".


O impulso 


Eu nem conhecia a força das palavras.

Nunca pude imaginar que elas pudessem pular um continente: saltar em datas, personagens, fatos históricos...

Foi com elas que apareceram as canções: de amor, subversivas, litúrgicas...

Quem dera a criação de um estrofe, feito por um estudante: seja ele adolescente, ou, acadêmico (ou, ex-acadêmico). 

Você iria duvidar que fosse poesia, com rima, nesse tempo, desse, agora (tão sombrio). Pensaria que fosse a vida, confundida com ira. 

Sei que envolto de outros livros, canetas e cercado por uma janela (aberta, ou, fechada), um pesquisador tenta entender, encontrar, trazer uma lição, um atiço. 

Palavras. Palavras. Palavras. 

Tudo. Nada mais do que o mundo que tentamos disfarçar, imaginar. Vencer, modificar. 

Tudo. Para que ele fique menor e mais leal (a imensidão do mundo), distante da vida real.

Já nem tem tanta graça: longe, os transportes que seguem na auto-estrada; o silvo, das lâminas das serrarias ao lado; o balbuciar, dos apenados que beijam e abraçam, suas famílias. Tanta saudade... 

Eu nem conhecia a força das palavras. Foi assim que ela me empurrou, empurrou, empurrou... Para um passo, desse abraço.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).


"Para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração". Efésios 3:17.


O controle

Sinal digital, para:

sofrimentos de famílias em bairros vulneráveis; lágrimas de crianças que não têm um ombro amigo para chorar; propagandas de eletrônicos que nos dão as sensações de superioridades...

Sinal digital, para:

filmes com armas a laser e carros espaciais; assim, como, monstros que nos visitam de outros planetas...

Sinal digital, para:

desentendimentos amorosos de casais, tanto na ficção, quanto, na vida real e; corridas eleitorais nas buscas de votos (dessa vez, esse, vai fazer diferente).

Sinal digital, para:

discussões da problemática na saúde, segurança, educação (o que se perdura por cem anos, dá para se apontar a solução, muitas das vezes, entre comerciais de hambúrgueres, ou, de perfumes).

Sinal digital, para:

o humor inócuo, mesmo sabendo que a graça, são ironias disfarçadas, às vezes, das nossas próprias mazelas.

Sinal digital, para:

invenções de novas penitenciárias, pois, discernir a mente para o esporte, arte, religião, não enriquece os cartolas de empresas arquitetônicas...

Enfim, sinal digital (estamos numa nova era) afinal, o pensamento é para uma audiência qualificada.

Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).


O observado


Enxerguei ele sentado na calçada (em cima do meio fio).
Sempre, no lugar, testemunhando, quem entrava no hotel. Fosse um homem com uma mulher, conhecidos. Fosse um homem, com uma mulher, escondidos.
Em certas ocasiões, um, ou outro,
transeunte, a um metro do seu corpo, lançavam-lhe uma moeda. Ainda, em sua tenra idade, do outro lado da rua, outra criança, morava numa outra vila, cheirava cola, igual a sua.
Numa loja, um dia, um bandido, furtou uma bermuda.
Num outro, um outro sujeito, de terno e gravata, na panificadora, saiu sem pagar a sua refeição. Que na verdade, era menor que um tostão. Fugiu.
A criança do meio fio, viu. E, sabia que naquele dia, nem era primeiro de abril.
Na mesma rua, um taxista foi executado a tiros (covardemente).
Aí, na mesma hora, numa televisão, um deputado, fora aplaudido por apoiar uma lei que dava benfeitorias ao cidadão. Coitado do motorista de táxi, se chamava João.
Hoje, o menino cresceu, foi embora, morreu?
Não sei.
Certo dia, passando pelo lugar, perguntei por ele. 

Um gari, só se ateu, a explicar que, no meio fio, às vezes, a criança observando, estava incomodando.
Se estivesse só canto dela, de boa, mesmo sabendo o que não devia, sem muita intenção, não teria sido expulso, daquele seu pedaço, de chão.
Concordei com o homem da limpeza pública. Ele conhecia muitos, dos meios fios dessas ruas. De muitas estrelas e, luas.
Caminhei e quis pensar que a criança foi embora, ou cresceu.
Um dia,  ai de encontrar outro meio fio, de uma outra calçada, num dia cinzento, para dormir em silêncio.

 
Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).


O manuscrito

Samuel chegou com o seu manuscrito na editora.

Bianca, notou que ele tinha cabelos escorridos para trás; os braços, encorpados e; falou tanto da sua obra que, por pouco, quase, ela ficou tonta. Aquele menino, com seu dilema, lembrou muito, aqueles atores de cinema. Mas... Com um simples adeus, a mulher teve que deixar o texto dele, para outra vez.

Numa outra vez, Samuel, com o seu manuscrito em um dos braços, já não falou tanto da sua história. Somente, foi percebido, que, ele, já não tinha mais aqueles cabelos longos, como da primeira vez. Os braços, já, não eram um tanto assim, soltos, ou, melhor, musculoso. Foi assim que, Bianca, o recebeu, naquela segunda tentativa (vindo não sei de onde, tirar a sorte grande). De certo modo, uma visita não esperada, para mais um dia "frustrado".

Na última vez, Bianca jamais poderia mentir. Houve um longo espaço de tempo. A editora nem mais tinha lembrança da existência do homem. Quanto menos, ainda, da sua insistência. Na verdade, quando a mulher o enxergou, na recepção, a neta, é quem foi  atendê-lo. Ela, não queria mais vê-lo (com o seu manuscrito). 

Bianca, de cansada,  o enxergou de longe, tão diferente: careca, raquítico e, sobre os passos lentos de uma bengala, veio tentar pela última vez, a triste sorte de, quase impossível, ser escolhido.

Porquanto, no fundo, dessa história, dessa recusa em vê-lo, Bianca não ficou nem um pouquinho incomodada. Pois, seus cabelos, brancos; suas mãos, enrugadas; sua face, já, bastante transformada e; a fraqueza do seu coração, nessa época, ela não queria "simbolizar" algo mais na vida dele, além de certa emoção, decepção. 

Autor: Denis Santos (Guarapuava -PR).

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie". Efésios 2: 8-9


O instante

(passando próximo a grade, ouviu um lamentar).

meu medo, é voltar para um caminho perigoso:

nota baixa na escola;
matrimônio sem estrutura familiar;
más companhias;
fugir das missas dominicais;
querer sempre aquilo que o meu salário não pode comprar;
mentir, até para os que me amam;
procurar ser sempre o sabichão (melhor que os outros), no emprego...

meu medo, é voltar para um caminho "perigoso".

por isso, esquecendo o passado, quando me derem "liberdade condicional" sinto que minha vida vai mudar.

(depois, seguiu seu itinerário).

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR). 



O incidente

Tive uma infância com fome.

Minha família, bem antes de mim, também viveu assim.

Qualquer reclamação, seria perca de tempo. 

O destino de alguns, quem poderia ser culpado?

Ainda assim, na minha rebeldia, fui tentar encontrar uma resposta.

Queria descobrir alguém que, explicasse, porque outros, depois de mim, ainda estavam nascendo assim.

Muito sem alternativa, fui bater na porta do mundo.

No lugar, ele veio me atender.

Diante da sua justificativa, explicou que, pior do que ele, era o homem.

O homem sempre foi mau, sem piedade, sem misericórdia...

Para se ter uma ideia, hoje, ia sugando aos poucos, além da infância e adolescência de muitos, até fase adulta e idosa do povo, trabalhador, esperançoso.

Você, deve estar se perguntando, como fazer com que ele pare com isso? 

Nas idas e vindas de sua resposta, sem algo "assim" mais concreto, o mundo alertou apenas que era para que eu tomasse cuidado. Pois. Para o povo, trabalhador, esforçado, que não vive atoa, comentam, alguns, que, nem depois de morto, no aquém, depois de ir, vai ser feliz.


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).  

A confissão.

Ele, não gostava da demora que ela levava para escrever.
Quando isso acontecia, ele não gostava de não ser comunicado "sobre" o que ela escrevia.
Quando comentavam que, em breve, ela iria lançar outro book, para ele, os dias ficavam ainda piores.
Agora. O defeito.
Quando ele começava a lê-la, havia uma coisa esquisita na cadência das frases dela (construídas), que era igual uma mordaça.
Acredite, na maior liberdade de critico ocioso (na verdade, preguiçoso) aquilo, o prendia.
O que ele lia dela, era uma coisa irritante (na verdade, pegajosa). As analogias que ela fazia da vida dela, pessoal, com o mundo, observando o outro lado, num tom imparcial, na verdade, era diferente. Simplesmente: envolvente.
Essa catalisação (segundo o que os outros comentavam), do medíocre, do vazio, quando ela criava sua arte, foi um problema. Por quê? Quando ele dava-se por feliz, as páginas dela, chegavam-nas ao fim.
Aí. Era nesse itinerário, que ele passava a odiá-la.
Por quê? Porque simplesmente ele nunca pôde mostrar seu afeto, de um leitor sempre certo, secreto.

Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).

Contos e poesias do submundo cotidiano (às várias facetas do inesperado).


Um dia diferente

No lugar existe sempre "alguém" que te orienta a pensar/ver que estudar não garante o futuro (emprego).

No lugar existe sempre "alguém" que te empurra (aos ouvidos) que, o que você ganha para o patrão num "único" dia, ele, não te repassará nem a "metade", depois de um mês.

No lugar existe sempre um "alguém" que te condiciona a ouvir/ver pela televisão, tanta coisa que aconteceu ou se transformou no mundo: "conquanto" quando a tomada se desliga (embaixo do silêncio e da solidão, embaixo do sol e da lua), humanos continuam a serem os mesmos armários de dores e ódios, pelas ruas.

No lugar existe sempre um "alguém" que te aponta todos os dias, a encontrar uma fórmula fácil para resolver os seus problemas econômicos, onde, se possa, de maneira simples (sem trabalho, suor, paciência...), provar que você é melhor que o seu colega.

Tantas enciclopédias, tantos papéis, tantos autores...

Quem orienta a verdade?

Quem orienta a mentira?

Existe o vento sobre a terra e o vento sobre o mar, apenas se lembre sempre, qual desses se deu ao luxo de perder a vida (um dia), somente por te amar.

Autor: Denis Santos (Guarapuava -PR).


Empurrando a carrocinha

Trabalho sobre as faces desconfiadas dos que me espiam, todos os dias, de um portão à outro, pelas residências.

Meu instrumento de exercício no dia a dia, a maioria do tempo é pesado, em consequência, complicado de movê-lo.

Muitas das vezes peço para que o sol tenha pena de mim, mas pelo suor que vai para minha roupa; percebo que ele não tem muito tempo para ouvir minhas preces.

Tenho um filho. Na verdade dois.
Ficando em casa, ou, eles me acompanhando, o que ganho, não vai torná-los feliz um dia (de qualquer jeito), por isso, o asfalto (a quentura dele nas solas dos pés), depende da boa disposição dos pequenos (seja de manhã, ou, a tarde, ou, quando a lua já pensa em nós abraçar), em me ajudar nas empreitadas.

No fundo sinto medo. Fome. Frio e sede. Qual o trabalho que outros também não passam por isso? Honestidade é honestidade em qualquer canto do mundo.

Nunca me falaram, mais sei que muito comentam que o que faço é porque não tenho tanto estudo. Herança. Ou, algum parentesco com gente graúda. 

Sinto que vou alcançar o meu sucesso.
Sinto, sempre, que Deus tem piedade de mim.

Nem que seja no final do mês (domingo) tem um almoço delicioso em casa, um café quente e, uma cama com uma manta perfumada que, eu a uso para descansar em paz.

Minha função não é de supervisionar ninguém.
Não fui incumbido de aprovar leis.
Tenho apenas uma missão admirável, 
trabalho quase todos os dias, na abissal jornada, do reciclável.

Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).




Nunca espere

Amanhã, a cidade que dorme terá um novo:


 momento (para contemplar que casais de namorados, não irão demonstrar expectativa, só no começo, das suas longas carreiras matrimoniais).


instante (para acreditar que todos os rios, mares e lagos, "não" serão ignorados, em respeito ao tratamento humano, ao restante do ano).


paladar (de que quase cem por cento do "Sermão da Montanha" se aprenderá no horário nobre na televisão).


impulso (para imaginar que será dado nova vida na educação mundial; sempre com o intuito de formar um indivíduo melhor...).


No fundo, o certo é que amanhã, a cidade que dorme, terá um novo: "sonho".


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).


A diferença

No cemitério não vive o "corpo" com:
fome, sede, frio ou, dor.


No cemitério não vive o "corpo" com:
dinheiro, conhecimento, bem-estar ou, futuro.


Por isso, louvaremos sempre o mundo dos "vivos" pois, de certo modo, "todos", vivem (às vezes, sem opção) a mentira do caminho da "igualdade" exibida, esquecida.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR). 

"Poemas e poesias criados no bloco de notas do celular: tudo, onde, escrevendo, entende-se que seu tempo, vai refletir algo sobre o seu tempo. Porque o 'medo' existindo, palavras, se tornam uma página em branco". 

A confusão


A filha estava lendo um livro de Machado de Assis: "Memorial de Aires".
 
Se comentar que menina levou um susto é "mentira". O que aconteceu foi que ela achou esquisito, o barulho vindo de fora do apartamento, o que não era habitual dos outros moradores (condôminos).

Já de pijama, fechou o livro, calçou os chinelos e foi aos passos rápidos, saber se sua mãe, também estava sendo importunada pelo movimento.

Na sala, encontrou a sua genitora com parte do rosto, depois da porta, para o corredor.
- O que aconteceu mãe?
Procurando a face da filha, a mulher disse:
- Acho que D. Octávia foi para algum lugar. Deixou a filha sozinha na casa, e a menina chamou uns amigos. Devem estar fazendo uma festa de arromba. Credo!

Foi a mãe fechar a porta, ouviu:
"Toc, toc, toc...".
Sem pensar muito abriu o compartimento:
- Chame a polícia!
- Por quê?

Se tratava da viúva Selma, apartamento ao lado do deles, quem solicitava socorro.
Agora, filha e mãe, com uma das mãos na altura dos seios, pareciam assombradas.
- Se não chamar a polícia, esses pestes não vão parar cedo com a bagunça. D. Octávia viajou, e aquela filha dela rebelde que não respeita ninguém, deve ter convidados uns sem vergonhas, e estão badernando a casa da mulher. Que sofreu tanto para comprar esse apartamento. Pense, são quase meia noite!

Aos passos lentos e de cabeça baixa, a mãe caminhou para próximo a um criado mudo.

Apanhou o telefone por de cima do móvel e discou o cento e noventa.

Em silêncio, a filha voltou para o quarto, com quatorze anos, não tinha muito que opinar nessas intrigas dos mais velhos. E não era a primeira vez que ouvia que sua amiga Bruna, aprontava uma daquelas pelo início, ou, fim, das madrugadas.

A filha pensou que se o seu pai não fosse professor da UniCentro, aquela hora da noite, ele já estaria em casa.

Entre fechar a porta do quarto, voltar a buscar o livro, fazer umas breves leitura nele, ouviu; "Toc, toc, toc...".
- Filha!
A menina de volta calçou os chinelos e foi rápido descobrir o que sua mãe queria.

Ao que enxergou que a mulher estava um pouco mais maquiada que o normal, havia se arrumado e parecia conferir alguma coisa na bolsa pendurada no seu ombro esquerdo, disse:
- Foi a Bruna. A polícia chegou. Acho que pela rapidez, havia uma viatura passando aí por frente do prédio. Me explicaram que como fui eu quem liguei para eles, tenho que os acompanhar até a delegacia, para prestar a queixa contra a filha de D. Octávia.
- Mas o que aconteceu mãe? - de volta mãos até a altura dos seios a filha. Fazia uma expressão de perturbada.
- A Bruna estava bêbada. Desacatou as autoridades. Entraram na casa dela e um dos amigos, segundo a vizinhança, estava escondendo droga na casa. A polícia encontrou tudo. Disseram que se por gentileza, eu poderia os acompanhar na delegacia. Jogo rápido. Só como testemunha, para a formulação do BO.

A dona da casa virou as costas e alertou a filha:
- Cuide de tudo! Já volto da delegacia. Não mexa com o gás e, se revolver ir tomar banho, não demore tanto embaixo do chuveiro. Seu pai já chega. Tchau!

E a garota enxergou quando a mãe passou o esquadro da porta e foi para o corredor dos doze apartamentos do quarto andar, do Edifício Norte/Sul Libras, que moravam.

Provavelmente, os policiais iriam dar-lhe carona. Tendo em vista que, no estacionamento do prédio deles, a família não tinha nenhum automóvel no estacionamento.

De cabeça baixa a menina voltou a se acomodar na cadeira rente a escrivaninha do seu quarto.

Raciocinou que enquanto a sua mãe não chegasse, ela não iria conseguir dormir.

Na página certa de um dos livros de Machado de Assis, voltou a se concentrar no capítulo perdido, o qual se entretia antes daquela confusão começar.


Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).


Quase segunda-feira

Alice saiu por volta das oito e quinze e avisou Silvestre que o defunto, por ser uma das irmãs que participava da "Legião de Maria" junto com ela, ficava feio não aparecer no velório, que estava sendo realizado na nova Capela Mortuária, poucos metros da casa da família.

Segundo Alice, quem estava sendo velado, nem era "assim" uma amiga de longa data, ou, muito menos colega de infância. Mas a participação na reunião fúnebre, seria mais por respeito, do que quem sabe?, por saudade "um dia" do ente querido de algum morador conhecido.

Por volta das oito e quarenta apareceu, o vendedor de verduras.

Na verdade o motorista da Kombi era um tio da família e o acompanhante dele, um amigo de longa data do sogro de Silvestre.

Se precisavam tanto do que eles vendiam: alfaces, cebolinhas, cenouras... nem era por isso.

Mas por não fazer desfeita aos dois caboclos que apareciam em toda vizinhança trabalhando desde cedo, por isso, a família comprava os alimentos.

Antes dos homens irem embora, era o dialogo automático do tempo; como andavam as coisas na fazenda e; um dos filhos que havia entrado trabalhar na polícia - se estava tudo bem com ele.

Em seguida, eles embarcavam de volta na Kombi e sumiam procurar outros fregueses (no bairro).

Por volta das nove e pouquinho, apareceu a vendedora de leite.

Na verdade, ela vinha só entregá-lo.

Alice acertava todo mês a conta com ela.

O bebê de ambos (Alice e Silvestre), tinha o intestino preso. Só o leite de vaca é que ajudava o caçula a não sofrer tanto na hora de defecar.

No fundo, depois que a sogra orientou Alice tentar essa saída na ajuda do filho e, o médico do posto de saúde vindo a confirmar que isso era bom, ela não perdeu tempo e já tratou de acertar uma conta com uma conhecida de uma conhecida.

No portão da casa, novamente, após breves diálogos sobre o tempo; como andavam as coisas na fazenda e; um cachorro vira lata que vivia incomodando que atravessava a via pública de carro, a vendedora de leite sumiu com a sua barra circular, no asfalto.

Coitado da mulher, também começava a se virar desde cedo. Entregava a bebida na casa dos outros, sobre o relento do sol quente, ou, embaixo dos épocas congelantes.

Às dez, apareceu um motoqueiro em frente a residência.

Chegou a buzinar uma duas vezes.

Espiando o homem pela janela, Silvestre correu para debaixo da fruteira.

Apanhou cento e cinqüenta reais e foi entregar ao cobrador do "Esporte Clube Guarapuava".

Caminhando até o portão, tinha dó de dar aquela quantia para o clube, onde poderia gastá-lo em outra coisa.

Mas a sua filha gostava freqüentar a aula de natação do estabelecimento privado.

Silvestre, sempre quando não estava trabalhando, ia cedo também na instituição fazer musculação.

Nem era muito para ficar forte, musculoso. Sim, mais mesmo era para gastar o tempo em fazer algo útil em sua vida, e, não fosse pego de surpresa qualquer horas dessas, por um derrame inesperado. Como já havia ouvido falar da catástrofe sobre outros colegas seus.

Ao que trocou breves diálogos com o motoqueiro do Esporte Clube Guarapuava sobre o tempo, e, outras regalias que o clube oferecia: churrasqueiras, parquinhos e acampamentos de férias, se despediram e Silvestre voltou a se acomodar no sofá da casa.

Não deu quarenta minutos, a esposa apareceu.

Se jogou ao lado do marido e disse:

- Não fiquei para o enterro. Ia perder muito tempo. Estava pensando em irmos para o centro agora, comprar o uniforme da menina e, depois, almoçamos por lá mesmo. O que você acha?

- O enterro tava bom?

- Existe enterro bom homem? - face estranha de Alice.

Logo se levantaram.

Alice puxou o marido e foram juntos caminhando para o quarto.

Quando saiam para lugares onde poderiam encontrar com qualquer um pelas ruas, Alice gostava de escolher a roupa do marido.

Silvestre só tinha idéias para que no outro dia, talvez ele não fosse tão igual como essa quase segunda-feira.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).   

EU SOU A LUZ DO MUNDO; QUEM ME SEGUE NÃO ANDARÁ EM TREVAS, MAS TERÁ A LUZ DA VIDA (João 8:12).

Coitado


Nunca gostamos de trabalhar.
Me lembro, minha mãe preparava cuscuz, para que eu fosse vendê-lo na rua.
Irritado e confuso, eu obedecia às palavras dela.


Nunca gostamos de trabalhar.
Às vezes, era com a caixa de engraxar sapatos, que eu ia tentar ganhar dinheiro.
Irritado e confuso, eu seguia o instinto do correto. 


Nunca gostamos de trabalhar.
O ordenado do meu pai, era pouco. O tempo (que ele trabalhava na padaria), era longo. Na verdade, eu nunca soube o quanto ele dava de lucro, para o patrão.


Nunca gostamos de trabalhar.
Éramos em seis. Depois apareceu mais um. Que diferença faria, eu, com meus irmãos, não íamos deixar de trabalhar na rua de qualquer jeito mesmo.


"Nunca gostamos de trabalhar".
No mundo, eu aprendi esse dizer. Por que para muitos, quem não tem carro, moradia, profissão, é assim que o mundo trata. Quem não tem dinheiro, estudo, ou, herança, ninguém se importa, ou, pensa em dar muita atenção.


Nunca gostamos de trabalhar.
Coitado de minha mãe. Deus a tenha. Penso no tanto que ela foi importante em minha vida. Sempre, preocupada, em não me transformar num "vagabundo". 


Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).


Premeditação

Uma semana atrás
(arma: gatilho, dedo, tiro.
Doença: alvo, impacto, morte.
Dor: esquife, cemitério, barro, lápide...).
E amanhã?

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).



Um momento

Como foi bom aquele momento.


Foi no chalé.
Tomamos meia garrafa de chanpagne.
No nosso bate-papo, falamos sobre a Legião Urbana, Clarice Lispector, Marília Pêra...


Como foi bom aquele momento.


Eu nunca pude estar em Veneza.
Mas havia um tio seu que morava lá, não foi difícil você acrescentar coisas dos rios, das pessoas, das tradições gastronômicas... de lá, no nosso meio.


Como foi bom aquele momento.


Aquele filme com o Al Pacino, distraídos com a nossa interlocução, percebemos que ele havia chegado ao hospital, depois daí, as palavras saindo dos nossos lábios, foram mais interessantes que a ficção.


Como foi bom aquele momento.


Na madrugada, barulho de chuva.
"É sempre assim por essa região?".
Sopro forte do vento nas venezianas e o teto pareceu se mexer.
Para toda uma tarde ensolarada, coisas inesperadas, agora, acredito, acontecem.


Como foi bom aquele momento.


Como foi importante te conhecer na escola.
Tinha certeza, na universidade, eu não iria encontrar ninguém como você.


Como amo "tão" aquele momento.


Sem professores, os colegas, as preocupações dos dias tediosos em casa. Só tenho lembranças do que foi, não volta mais e, as situações perdidas naquele tempo, que ainda permanecem em mim.
Meu tênis rasgado, aonde nasci, quem eram os meus pais, se eu tinha o rosto desse jeito, ou, daquele, ou, assim... nada importava. Nós sabíamos muito bem.


Como foi bom aquele momento.


Chalé, champagne, filme, madrugada, lembranças e nos dois juntos.


Como foi bom aquele momento, que sou bem testemunha, ele nunca existiu.


Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).



3 (três)


Para erguer o prédio, precisei:


concretos,
tijolos,
operários,
ferros...


Para a cirurgia, precisei:


paciente,
equipe,
anestesias,
aparelhos cirúrgicos...


Para minha aula, precisei:


sala,
alunos,
livros,
silêncio...


E para encarar a vida?
Para enfrentar a vida precisei "pensar".


Autor: Denis Santos (Guarapuava - PR).


O outro

Entender:

o que deu errado,
no casamento alheio,
(com tudo que ouvimos, ultimamente, os divórcios andam aumentando no planeta),
e tentar se afastar,
desse ciclo contaminado
(é uma saída).

Aceitar:

vivemos num mundo,
com um nível altíssimo de desigualdade social,
e a inclinação para a prostituição,
drogas,
e gastos em coisas supérfluas,
é um erro que todos devem corrigir
(pode ser outra observação).

Sermos imparciais:

naquilo que ganham,
nas costas dos iletrados,
mesmo sabendo que os luxos,
as comidas,
e as facilidades desses capitalistas,
mesmo nos deixando entristecidos,
embaixo da terra,
no futuro,
todos virão a ser comida de minhoca,
de qualquer jeito
(é outra ideia).

No final do final,
orar mais para esses que pregam,
o que "querem pregar",
longe da verdade,
longe da mentira,
eles tentam alcançar o ápice,
de uma utopia.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR). 

LER E CRESCER: POUCAS PÁGINAS QUE TE LEVAM À UMA LONGA HERANÇA.

Para comprar o livro acima: 

Rua: José Podolan, 57 (em frente ao Corpo de Bombeiro, no final da Av. Bandeirantes). 


Sinopse da história do livro: "A infância de uma criança que tentava resolver seus conflitos corriqueiros, na base da violência. Passa pela adolescência e, quando chega a fase adulta, o confronto com a polícia. Ainda, os lugares e os personagens da trama são fictícios, porém, a história nasceu de um fato real". 


Você pode comprar o livro também nos seguintes endereços:  

"Sebo Center" (ao lado do Colégio Estadual Francisco Carneiro Martins). 

"Prima Banca" (interior do Super Pão. Junto com o pátio recreativo de alimentação).

"Livraria do Chain" (localizado no pátio interno da UniCentro).  

Preço: 20.00 (vinte) reais. 

"Espero que gostem da novela/policial. Um forte abraço". Denis Santos.

          

Para que Cristo habite, pela fé, no vosso coração (Efésios 3: 17).



Que pena

Com a história de uma troca de tiros na Av. Pedro Simão, entre policiais e assaltantes, José chegou na Bodega do Gilmar, e foi logo contando o episódio para os companheiros de copos.

Alguns desconfiados, outros achando que o causo era tudo verdade, foram se distraindo numa harmonia límpida

No outro dia, em meios aos colegas da "Empresa Plac Plac", José discorreu para os companheiros, o último filme que havia assistido: "As pontes de Madison".

Em meio a desconfiarem, concordarem e se descontraírem, da narrativa, do longa-metragem, para uns, foi a mesma coisa que já estivessem assistido ao filme. "Que beleza", pensou.

No domingo, depois de chegar da missa, logo após o almoço, alguns parentes vieram lhe visitar.

José não perdeu tempo e, do testemunho que viu e ouviu na igreja (um dos irmãos havia perdido o filho para o câncer, naquela última semana), José foi logo passando a tristeza da família, para os que estavam na sala. Faces sempre atentas a como o homem se expressava, nas consoantes e vogais.

Foi daí que surgiu-lhe um pensamento que, pareceu-lhe, ser uma ideia boa.

Poderia trazer para as folhas de papeis, os episódios, mentiras/verdades (do cotidiano), desses que encontrava sempre por aí.

Afinal, sempre tinha tantas histórias.

Passando-se um tempo, depois do livro publicado, foi vendê-lo na Bodega do Gilmar, na "Empresa Plac Plac" e fez uma tarde de autógrafos para os parentes.

Nada saiu como ele imaginou. Quase ninguém se interessou pelo seu book.

Explicaram, os mais chegados, que o livro dava preguiça de ler; faltava tempo; chegava o sono (letras pequeninas, são como barulho de chuva), e, no fundo "tudo é muito cansativo". Diferente de conversar, conversar, conversar...

José, com os livros dentro de uma bolsa muito parecida com uma valise, ficou entristecido. Afinal, era feliz, por pensar, ainda ter "tantas" histórias para colocar no papel. Que pena.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).



O homem no portão

Que sensação esquisita.

Tem um homem no portão que, parece, sempre, estar esperando alguém.

Ele mora sozinho.

Sua mãe, pelo que sei, já morreu.

Seus filhos(as), se é que existem, nunca apareceram nos finais de semana, na casa desse homem no portão.

Será que ele vive triste?

Será que ele vive sem esperança?

Quem será que esse homem espera no portão?

Um otimismo telepático?

O tempo ir embora?

A felicidade numa outra vida?

Que curiosidade a minha, em ver esse homem no portão, espiando, todos os dias, os carros, os transeuntes, os animais perdidos nos asfaltos... que passam.

Que dó, desse lado, em ver esse homem no portão.

Não sei o seu nome, sua religião, ou, onde ele nasceu.

Sei que é um homem estranho que, talvez, não seja poeta, traficante, ou, missionário...

Conheço-o apenas, como o homem no portão.

Será que ele acha que sou seu inimigo?

Poderia ser seu amigo?

Esse é o homem no portão.

Coisa esquisita a minha de, descrever "um", que não é "parecido", com tantos outros "idosos".

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).



Sucesso acelerado


Havia sido uma viajem mais tranqüila do que o esperado.
   Mesmo o carro sendo uma Montana (cor vermelha), essas estradas pelos interiores dos municípios, sempre, são uma incógnita.
   Do nada, às vezes, aparecem chuvas inesperadas; do nada, às vezes, aparecem pontes que, pela conservação, deixam qualquer um desconfiado ao passarem por elas e; do nada, os buracos, pequenos, por essas estradas que entram para as florestas, já houve histórias que estouram até eixo de caminhão, quanto menos, se for pneu de um automóvel um pouco mais baixo. Então, o cuidado é sempre uma: "regra".
   Mario estacionou o veículo, com cuidado, poucos metros da porta da sala, da sua nova casa de campo.
    Sua filha Anita estava feliz.
   Sua mulher Raquel, também mostrava-se empolgada em imaginar que, de agora em diante, todo final de semana, iriam para o lugar, calmo, e, esqueceriam o ambiente infernal da cidade. Conviver, parte de suas vidas, com cavalos, bois, patos... era algo que a deixava otimista.
   Foi estarem descarregando os objetos pessoais da traseira da Montana, Raquel percebeu que Anita saiu correndo.
   Quando a menina avistou ao longe, um paiol, onde, galinhas, pareciam conversarem entre elas, num divertimento irregular, poucos metros da residência, a criança não pensou em outra coisa, a não ser conhecer aquilo:
- Cuidado minha filha! Procure ficar perto de casa?!
- Sim, mamãe! - e saiu em disparada. O sinal de advertência, foi a mesma coisa quando Raquel lhe pedia para diminuir o volume do televisor da casa da cidade, e a filha, sequer, se movimentava no sofá.
   Como as outras vezes, numa montanha um tanto que inclinada, cerca de uns duzentos metros do seu terreiro, num movimento solitário, Mario percebeu que um homem (de cabeça baixa, chapéu de palha na cabeça. Vestido com uma bermuda cinza, jeans, e camisa social de cor branca), capinava, num gesto que, pelo movimento e pela quantidade de mato, quem sabe?, numa margem de uma semana, quem sabe?, ele terminaria o serviço.
   Nessa hora, apareceu ao vivo e a cores para Mario e sua esposa Raquel, um sujeito de bigodes ralos. Magro, alto e que vestia um macacão de cor azul. Nos pés, estranho, porque ele sempre se apresentava, descalço.
- Boa tarde, Sr. José? - se tratava do novo funcionário que Mario havia contratado, como caseiro.
- Boa! - sorriso amável do indivíduo que tinha expressão distante e face gorducha.
   Foram descarregando os objetos menores que haviam trazidos na carroceria da Montana, sendo que no dia anterior, a mudança completa, dos moveis, já haviam chegado.
   Em dado momento do trabalho, curioso, Mario quis saber:
- Sr. José!
- Sim! - o empregado largou uma televisão pequena, quatorze polegadas, marca CCE, e mirrou os olhos para o patrão.
- Esses dias que vim visitar a chácara, não pude conhecer aquele vizinho, que, acho, todo dia está carpindo lá no alto da serra. Mas acho que sozinho, ele, não vai chegar a lugar algum.
- Ah! Não se preocupe Sr. Mario. Aquele é o Sebastião. É gente boa. Vocês vão gostar de conversar com ele. Ele era médico. Largou tudo e veio morar aqui também.
   Se abraçando a uma sacola que poderia estar cheia de roupas sujas, que, segundo Raquel, na chácara, ela teria "tempo" de lavá-las, Mario ficou curioso:
- Médico! Morando aí, nesse meio de mato? Que coisa!
   Depois de mostrar o dentes, achando engraçado do jeito do chefe, Sr. José explicou:
- Vou contar para o senhor, o que me disseram. Não sei se a história é certa. Mas... O Sebastião era médico do hospital Santa Tereza. Acho que estava muito descontente com o serviço... sei lá. Mais fizeram a cabeça dele, não sei quem? De embutir na cabeça do homem, que ele tinha que escrever um livro que emplacasse na mídia. Bumbasse. Fosse, um "super lançamento". O homem, pesquisou, pesquisou, pesquisou... E escreveu o tal livro. Vendeu muito. Diz que até no exterior. O homem ficou ainda mais famoso e ganhou um monte de dinheiro... Deu entrevistas em rádios, programas de televisão, ganhou prêmios...
   Silêncio e Mario ouvia a história, atento em cada virgula, vogal e consoante de Sr. José.
- A casa dele vivia visitada por jornalistas, intelectuais, artistas... Gente graúda da elite. Uma vida de cinema. Só que. Com o tempo, outras pessoas, que viam a façanha do médico, de outro jeito, foram analisando o tal livro. Também, aqui, Brasil, quanto no estrangeiro. O que ele escreveu, descobriram, afetou vários órgãos públicos e privados. Começaram a exigir explicação dele, das coisas podres que ele colocou no tal livro, sobre corrupção, drogas, homicídios, reputação dos colegas... Aí, que vem a bomba. Todo mundo deixou o homem "sozinho". Até os que ajudaram no sucesso dele, depois, queriam ele preso. O editor dele, o agente literário, desapareceram da vida do miserável...
   No alto, perceberam que o céu escureceu um pouco. Chuva, já se dava para imaginar:
- Do dinheiro que o médico havia ganho com a vendas dos livros, começou a ter que dar para advogado. Cinco mil, quinze mil, vinte mil... Só que, saia uma instituição do encalço dele, já aparecia outra. De volta mais dinheiro para advogado. Por que o autor do livro era ele. A Culpa foi só para o homem, sozinho...
- Que coisa mais triste, hein, Sr. José?
- Sim! De tanta dor de cabeça, foram ficando pobres. No fim, ainda veio a casacão de exercer sua função no Brasil. Aí, ele veio para essa chácara, meio que escondido. Sempre o encontro bêbado aí pelas beiradas da estrada e levo para casa. Não toma mais banho com frequência, não faz a barba e, uma vez ou outra, uma filha que mora no Mato Grosso, vem aí visitar ele... Mais, acho de dó do pai. Porque perdoar mesmo. Acho que isso, não aconteceu. Se iludir com conselhos de pessoas erradas, pode ser fatal. Não é Sr. Mario?
- Sim! Vamos!
   Ordenou o patrão.
   O chefe com a sacola com roupas sujas em punhos e, seu caseiro com uma televisão de quatorze polegadas rente a barriga, procuraram a entrada da sala da residência.
   Ao passarem por uma porta alta e de estilo praiana, Mario voltou-se.

   Puxou o móvel e só pensava no fogão à lenha, colocar uns pinhões por de cima da tampa dele e, com o novo funcionário, se alimentar, junto com um gole forte de café quente.



Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).

EIS QUE ESTOU À PORTA E BATO; SE ALGUÉM OUVIR MINHA VOZ E ABRIR A PORTA, ENTRAREI EM SUA CASA E CEAREI COM ELE, E ELE, COMIGO (Apocalipse 3:20).


Resolvendo

   Foi o dia que não foi te dado "bom dia" por todos.
   O momento exato do almoço, não foi aquele combinado.
   A conspiração ao seu desfavor, não foi expresso na sua cara, mais ela existiu em qualquer sala pelos cômodos.
   Ouvindo coisas sobre políticos investigados; a final do campeonato brasileiro; a dor de alguém internado em algum hospital, ou, já falecido e; a idéia de perdoar o seu irmão, acreditando que após a morte você terá a vida eterna, você terminou o dia "resolvendo".

    Autor: Denis Santos. Guarapuava PR.  

 


Olhando

Os carros em movimento mostram, que a vida continua.
Os comércios abertos mostram, que existe algo no mundo, para o entretenimento.
A multidão atravessando as ruas, pelas praças, shopping, ou, universidades, mostram que "independente" do que aconteceu ontem, o tempo não parou.


Que fachada é essa?


O gesto do motorista não foi o mesmo de ontem?
O gesto do vendedor de remédios, não foi o mesmo de ontem?
Todas as pessoas caminhando, ou, resolvendo algum problema na vida, talvez, não tenha sido o mesmo de uma semana atrás? Não?


Que fachada é essa?


Doenças, falta de empregos, falta de uma "oratória" teórica eficaz para a saída à um mundo melhor! Cadê?!
Que fachada é essa?
É a fachada da "repetição" que, se ela não existisse, o poeta não teria função.


Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).  




Logo

A neta entrou na sala (bufando) e encontrou a vovó tricotando:
- Vovó, essa foto é do vovô já falecido?
Entregou o retrato para a mãe de sua mãe e permaneceu em silêncio.
Depois de abaixar o volume do televisor, a idosa explicou:
- Sim! Seu vovô foi um policial que nos últimos dias de farda, ficava lá na guarita da penitenciária, tomando conta daqueles presos, para que eles não fugissem.
- E porque eles ficavam presos, vovó?
- Ôh...! Minha querida. Os presos foram homens maus. Que mataram, roubaram, traficaram drogas...
Logo, espiando um indivíduo de terno e gravata na televisão: cabelos presos com um gel brilhoso, onde, quem o entrevistava, explicava que ele era o segundo sujeito mais rico do Brasil (comandava a empresa herança dos pais), a neta perguntou:
- E aquele homem ali vovó - apontou com o dedo médio - Ele também é preso? 

 - Claro que não menina. Nem todo mundo é preso. Se todo mundo fosse preso, quem ia inventar penitenciárias, armas, drogas... 

Autor: Denis Santos. Guarapuava PR. 

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PORQUE EU, O SENHOR, TEU DEUS, TE TOMO PELA TUA MÃO DIREITA E TE DIGO: NÃO TEMAS, QUE EU TE AJUDO (Isaías 41.13)

A tarefa

Com o puxar da coberta, Jorge percebeu que era hora de acordar (estudava no turno da manhã).
Com o corpo pesado, cabeça perturbada e, se pudesse, continuaria a dormir, atendeu ao pedido de sua mãe, quando ela ordenou:
- Acorde menino, senão vai chegar atrasado!
Foi com gestos lentos que se descobriu de tudo, caminhou até a cômoda, apanhou o seu uniforme (corriqueiro da instituição de ensino).
Se vestiu e andou até a cozinha.
Rente a mesa, uma chaleira.
O liquido no interior dela, frio.
Sua mãe pregava que se fosse esquentar a bebida, poderia faltar gás para o preparo do almoço.
Um pão do dia anterior. Uma, ou, duas passadas de manteiga no meio dele, seria suficiente, segundo o seu pai, para aguentar até a hora da merenda na escola. "Quando eu tinha a sua idade, nem isso tinha em casa", quase todos os dias, Jorge ouvia a lamentação do seu genitor.
Entre sentir frio no braço, vontade de comer mais um pedaço de pão, ou, uma bolacha recheada, se houvesse?, testemunhar as teias de aranhas pelo teto de madeira da cozinha, o piso de vermelhão, cheio de buracos (parecendo um campo minado) e as tabuas das paredes, cheia de peças, já, podres, Jorge apanhou a sua mochila, por de cima do fogão à lenha e depois de deixar a porta que dava para o quintal, disse:
- Tchau mãe?!
- Tchau filho...
Cerca de duzentos metros da casa, seguindo um carreiro de capim alto derredor, próximo a uma cerca de madeira pintada de branco, esperaria a van escolar, que o deixaria no colégio Padre Chagas.
Não deu cinco minutos, percebeu quando o automóvel apareceu depois da curva e deixando um pó alto na estrada, estaria pronta para que ele embarcasse nela.
Foi o veiculo, com cuidado, estacionar, como de todo os outros dia da semana, Jorge tirou a sua mochila das costas, levou para frente da barriga e, rapidinho, como ajuda de uma outra criança que abriu a porta de ferro do carro, se acomodou em um dos bancos almofadados do transporte.
Dali, até a cidade, como era legal: sentiria um friozinho no estomago, quando passassem por de cima da ponte de madeira, dois quilômetros adiante; ia conversando com seus colegas, passagem bobas do fim de semana; por entre as outras fazendas, enxergaria: cavalos, plantações, pinus de doze metros de altura que sumiam para o céu...
No asfalto, era: os sinaleiros, os prédios erguidos de concreto, mercados, lojas, a catedral central...
Fim da locomoção, foi a corrida até a sala de aula, se aprumar em sua cadeira e aguardar o professor, que, sempre esperava que todos os alunos se acomodassem primeiro rente as carteiras, depois ele chegaria trabalhar.
Entre sair da van escolar, debaixo de algazarras, empurrões, gritarias, e esperar a fila até a marcha para a sala de aula, foi o professor Henrique de geografia que mais uma semana letiva, estava começando a partir desse momento:
- Bom dia crianças...
- Bom dia professorrrrr..... - todos num coral só, numa harmonia fora de tom, responderam.
Depois de fazer a breve chamada deles, contar uma piadas sem graça, e dar uma ajeitada no seu jaleco de cor branco, o professor orientou:
- Tragam a lição de casa, classificação das nuvens, estratiformes, fibrosas, cumuliformes, para que eu possa dar uma conferida...
Aquilo para Jorge, como de todas as outras vezes, desde de quando chegou na sexta serie, foi mesma coisa que um aviso de um parente morto na família. De tanta surpresa.
Única coisa que se lembrava, foi que na sexta-feira, depois que saiu da van escolar, encontrou o tio Paulo próximo a cerca branca da chácara, caído ao chão de bêbado, e o ajudou a levá-lo para casa. Depois, lembrou que a mãe pediu para que ele levasse a Capelinha da paróquia São Sebastião, na casa da tia Lucia, onde, já estava com um dia de atraso. Nesse itinerário, na volta, encontrou como o Serginho e o Pedro, foram juntos pelas margens da estrada, juntar pinhão para venderem para o Sr. Izidoro (única Bodega da região agrária que moravam, faziam uns vinte anos).
"Lição de casa de geografia? Da onde foi que o professor tirou isso?", quis entender o menino.
- Jorge!
- Sim professor...
- Seu caderno, só falta você...
- Eu não fiz a lição professor... - rosto baixo da criança.
Alguns dos seus coleguinhas caçoaram dele, de uma forma tímida.
Com a sua face inchada e seus olhos azuis de raios penetrantes, o professor Henrique só se ateu:
- Se lembre Jorge, a vida não é só vídeo game. Se as tarefas escolares, não houvesse "aprendizado" nelas, elas não seriam solicitadas.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).



Escrever

Eu, erro quando escrevo.
Quando não escrevo, erro também.
O que será isso?
Escrever é errar?
Ou, o erro é criar o errar?
Acertar, não é uma palavra, ou, melhor, um verbo?
É possível escrever crônicas, poesias, romances... sem um verbo?
Eu, erro quando escrevo.
Confesso!
Sempre sofro nocaute pelo erro, mas continuo a escrever pra você.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).




Alerta

Depois que a lua chega, sempre
(do outro lado do vidro), 
observo, calculo,
quem acelera,
mas poderia estar em casa.


Com meu carro:
corri,
troquei a marcha,
corri,
mais ainda,
reduzi,
corri,
acelerei,
mais ainda,
reduzi,
tarde demais....


Quando as estrelas enfeitam o céu,
tempo quente, ou, frio,
quando relâmpagos cortam o céu,
com ventania, ou, trovoada,
(desse lado do som do rádio),
observo, calculo,
quem acelera, 

(mas poderia estar em casa),

para o IML,
cedo demais.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).



Surdina

Quem amamos, nem sempre estará conosco.
Somos assim: porque fingimos que isso, não fará falta.


Mesmo entre todos,
às vezes, nos sentimos invisíveis.
Sabemos que nosso modo,
(de ver as coisas),
nem sempre fabricam consertos.


Somos assim: porque mesmo sofrendo,
temos dó desses fantoches,
que nem nós conhecem,
e já sabem quem somos.


Somos excluídos, pelo nosso nível de conhecimento, nossas roupas, o que temos e não temos...
Somos assim: porque mesmo em contato com esses que não enxergam nossos corações, a vida "inferior" desses nossos oponentes, nunca estará estampado em suas faces, nem em seus dinheiros (é tudo na surdina).


E, o pior, de sermos assim?


Só pode ser que entendemos,
quem não nos entende,
e, querendo ou não,
fazemos parte deles.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).



Tão perto da verdade

Foi aqui que li, que um cadáver foi desenterrado, sem a autorização da família, com intenção de inocentar um empresário.

Foi aqui que li, que um padre não testemunhou a verdade, diante do conselho diocesano, evitando um escândalo católico.

Foi aqui que li, que um policial deu um tiro num inocente, num terreno baldio, confundido-o com um bandido.

Foi aqui que li, que um professor abusou de sua função de servidor público e discorreu para os educandos, coisas torpes do governador.

Foi aqui que li, que a garota que trabalhava no hotel, não conseguiu casar com aquele astro do rock, mais foi feliz num outro matrimônio.

Tudo isso escrito, nas páginas da ficção, às vezes, tão longe da curiosidade, mas tão perto da verdade.

Autor: Denis Santos (Guarapuava PR).


Importante: "Talvez" você não saiba. Mas Sites ou Blogs na Internet que "basicamente" tratam de "literatura" tendem a não ter "vida longa" na vida de adolescentes e adultos nos dias atuais (que ainda desconhecem a importância dos "livros" em suas vidas). Vídeos, shows, filmes, games e novos programas televisivos... "geralmente" são os espaços que mais tomam conta do cotidiano dos que "ainda" não entenderam que a "leitura": seja de livros técnicos, auto-ajuda, religiosos, didáticos... enfim. É que faz crescer a opinião analítica "pessoal" da realidade do mundo que todos nós estamos inseridos. Onde, nem sempre tudo é muito "fácil": emprego, saúde, moradia, alimentação... É sábio que escritores, educadores, jornalistas, filósofos, sociólogos, missionários, profissionais de várias áreas (Direito, engenharias, artísticas...) se empenham todos os dias em não deixar nossa sociedade "desigual", tão mais "desigual" do que ela já é. Mas... Nem sempre o sucesso é alcançado. Assim, é debaixo dessas palavras que peço para você: "Se você gostou desse Blog, não deixe que ele seja mais um na Internet que, daqui um pouco, vai ser esquecido". Seja no trabalho, para amigos, parentes, conhecidos... sempre na "medida do possível": compartilhe-o. Obrigado. Denis Santos.

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